“Grandes multidões acompanhavam Jesus”, diz o evangelista. Notai, irmão, que há uma diferença entre ser um na multidão que acompanha Jesus e ser discípulo. Há uma diferença entre se dizer católico no censo do IBGE e ser católico de verdade. Há uma diferença entre se dizer “cristão” e se declarar contra os ensinamentos de Nosso Senhor.
É por isso que o Evangelho coloca diante de nós essas palavras duras e ao mesmo tempo encantadoras de Nosso Senhor para responder à seguinte pergunta: o que é preciso fazer para ser discípulo de Cristo? Podemos dizer que são duas as condições:
1ª condição: Amar Jesus acima de tudo!
Só ir até Jesus não basta para ser discípulo. É necessária uma atitude radical de colocar Cristo em primeiro lugar. É por isso que Ele cita as pessoas que mais amamos, as pessoas da nossa família, para nos fazer perceber que mesmo diante deles, Nosso Senhor deve ocupar um lugar de predileção do nosso amor. Cristo não é um rival do amor familiar, mas é a fonte de todo o amor da vida de um cristão.
Como é na prática? Isso quer dizer que eu não posso dar sobras para Deus. É perigosa essa mentalidade de muitos que se dizem católico: “se sobrar tempo eu rezo”, “se sobrar tempo vou à Missa”, “se sobrar dinheiro devolvo o dízimo”… Não! Para Deus eu dou o melhor, para o Senhor eu entrego as primícias, o que eu tenho de mais importante!
É por isso que Ele acrescenta no mesmo discurso o “carregar a cruz”. Que não é, de forma alguma, sinônimo de buscar sofrimentos, mas é próprio do conformar-se a Cristo, do ficar parecido com Nosso Senhor. É o de sofrer como Cristo sofreu. Lembrem-se: não há cristianismo sem cruz!
2º condição: Ou é pra valer, ou não vai dar certo!
Jesus usa o exemplo do construtor de uma torre e de um rei que vai para a guerra para nos dizer que o discípulo deve entrar pra valer na vida cristã, na vida cuja essência é passar o tempo todo procurando imitar Nosso Senhor.
Se alguém quer seguir Cristo, mas quer seguir só pela metade, só naquilo que convém, é como alguém que começa a construir sem ter dinheiro pra acabar, é como alguém que vai para a guerra sem exército, ou seja: não vai dar certo!
Maria, mãe do divino amor, rogai por nós!
(Pe. Anderson Santana Cunha)
