Pastor Bonus

30º Domingo do Tempo Comum

Se na semana passada o Senhor nos ensinava a importante virtude da perseverança (principalmente no que diz respeito à oração), hoje o assunto principal de sua mensagem é a humildade. Para falar dessa importante característica da verdadeira oração cristã, a primeira leitura diz que a oração de quem é humilde atravessa as nuvens e chega ao coração de Deus!

Toda a Santa Missa começa com um ato de humildade: antes de qualquer outro rito, após o sinal da cruz, todos nós pedimos perdão, batemos no peito durante o “confesso”, reconhecemos o quanto somos pequenos diante do grande mistério que estamos por celebrar. Na Missa imitamos o publicano que se reconheceu pecador.

Porém, em nossa vida, corremos o risco de, ao invés de imitar o pecador que na parábola foi no Templo pedir perdão a Deus, repetir o que fez aquele fariseu, que gastou todo o tempo de sua oração elogiando a si mesmo, e por fim saiu do Templo sem estar justificado.

Sabem qual é um bom termômetro para identificar o quanto somos parecidos com aquele fariseu? O tempo que nos separa de nossa última confissão. Se não me confesso é porque não me reconheço necessitado de perdão. Se não busco a confissão é porque ainda não me dei conta da necessidade que tenho de ser perdoado por Deus.

Por isso, neste domingo, convém lembrá-los irmãos da importância de se buscar o sacramento da misericórdia, com o qual Deus nos faz experimentar a graça que aquele pecador da parábola obteve: a alegria de voltar para a casa justificado. 

Eis, pois, três conselhos para fazer uma boa confissão:

1º conselho: Faça um bom exame de consciência! Num breve momento de oração faça a leitura de um roteiro de exame de consciência, ou seja, leia e medite aquela lista de perguntas que te ajudam a identificar os pecados que você cometeu.

Quantos pensam que pecado é o que “eu” decido que é pecado! Quantos pensam que pecado é só aquilo que lhe faz sentir mal ou com peso na consciência! Quantos pensam que pecado são apenas os crimes citados no Código Penal!

2º Conselho: diante do sacerdote acuse-se dos teus pecados! A confissão não é momento de ficar se elogiando (como o fariseu fez!), nem é ocasião de convencer o padre de que, apesar dos seus pecados, você é uma pessoa boa, que faz o bem e devolve o dízimo. Na confissão eu devo dizer com clareza quais foram as minhas faltas. Cuidado para não passar a confissão toda “terceirizando” a culpa, isso acontece quando se passa o tempo todo da confissão justificando os pecados dizendo que eles são responsabilidade dos outros. 

3º Conselho: Arrepender-se com sinceridade! A confissão para ser válida precisa ser integral (ou seja, não se pode omitir pecado mortal) e também ser acompanhada do arrependimento. O que é arrepender-se? É o firme propósito (intenção, decisão, determinação) de não voltar a cometer aquilo que será confessado. 

Irmãos, que estes conselhos tão práticos e úteis nos ajude a fazer uma boa confissão e que dessa forma possamos experimentar a alegria e a graça que só Deus pode nos dar através deste seu instrumento que é o Sacramento da Penitência. Que no final de nossas vidas, após tantas batalhas e combates, dentro e fora de nós, possamos dizer como Paulo: “Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé!”

Maria, mãe da humildade, rogai por nós!

(Pe. Anderson Santana Cunha)

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