O Natal já está bem próximo. Logo nos encontraremos para celebrar o mistério de amor que sempre nos surpreende: na Noite Santa um clarão de luz irá iluminar não só a estrebaria de Belém, mas também as nossas vidas e os nosso corações.
Não se trata da celebração do aniversário de alguém importante, mas é a festa da nossa história de salvação: é Deus que se faz homem, para que o homem tenha aberto o caminho para Deus. É o “Emanuel”, Deus está conosco!
Hoje ouvimos não como foi o nascimento, mas como foi a origem de Jesus. Tem como objeto nos revelar que Jesus foi concebido por obra do Espírito Santo, que sua origem é sobrenatural; porém, ao mesmo tempo, é natural: é acolhido numa família, tem uma mãe e também um pai, São José!
Quantas coisas os filhos imitam de seus pais. Por isso podemos pensar em quantas coisas Jesus se “parecia” com José: seu jeito de falar, de trabalhar, de ensinar. Como não lembrar de José quando observamos Jesus em seu silêncio paciente, do seu olhar, da sua firmeza, obediência e mansidão…
Como bons alunos na escola de São José somos convidados a aprender com ele:
1. Aprender a rezar, escutar e a silenciar
Quantas virtudes podemos aprender desse “homem justo”, do qual não encontramos nenhuma palavra nas Escrituras, porém seu testemunho é para nós modelo exemplar. José é justo porque rezar, porque escuta a vontade de Deus, porque é prudente (sabe agir na hora certa), porque é obediente…
José é justo porque aceita os planos de Deus, um homem que não segue seus próprios projetos, mas confia totalmente naquele que o guia. É verdade também que muitas vezes esse passo de fé é precedido pelas perturbações e pelo medo (1). Por isso é preciso aprender a viver aberto às iniciativas divinas e a abandonar nossos planos para viver os de Deus.
2. Aprender a dizer “sim” a Deus
Hoje ouvimos o “sim” de São José. Ao levantar-se, depois de despertar daquele sonho, é como se José também dissesse: “Eis aqui o escravo do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra!”. José entendeu logo que a razão da sua vida era aquele menino! Ele – aquela pequena criança – é também o sentido de nossas vidas!
3. Aprender que a história da salvação é a nossa história
Assim como houve a anunciação a Maria, há também uma anunciação a José. Mas não só a eles Deus anuncia seu plano. O advento é o tempo da nossa anunciação: Deus nos apresenta seu plano e nos convida a acolher sua graça, a receber Nosso Senhor.
Deus também nos envolve no seu plano de salvação, assim como fez com José. Mais ainda: foi pensando em mim e em vocês que tudo isso aconteceu. Ele se encarnou por mim, se fez homem por mim, morreu e vive por mim. É por isso que na Noite de Natal não há espaço para a tristeza: nasceu o Salvador, ou melhor: o meu Salvador! Quem poderia ficar triste sabendo disso?
Quem nos leva a Belém, hoje, é São José. É ele que hoje nos aponta a Virgem e o menino, contemos sempre com sua ajuda e exemplo.
São José, rogai por nós!
Pe. Anderson Santana Cunha
(1) O drama de José não é por desconfiar de Maria. Longe disso! A interpretação mais legítima desse passo das Escrituras, ao que me parece e também a tantos estudiosos, é que, ao dar-se conta do grande mistério em que se vê envolvido, a reação de José – a reação de um homem justo – é de perguntar-se: “quem sou eu para ser esposo da mãe do meu Senhor?” É o temor diante do mistério. Por isso o anjo diz “não temas!”.