Pastor Bonus

4º Domingo do Tempo Comum

É uma grande graça saber que hoje, domingo, o Senhor ressuscitado está no meio de nós: é Ele quem nos falou pelas leituras bíblicas e é Ele quem nos alimentará com a Santíssima Eucaristia. E neste dia que lhe é consagrado, Nosso Senhor nos ensina a pedir-lhe duas coisas de que tanto precisamos:

1. Senhor, ensina-nos a amar!

Escutamos, caríssimos, um dos trechos mais belos das Escrituras: o hino à caridade. Nele, São Paulo nos mostra que o caminho da santidade não consiste em qualidades extraordinárias ou dons especiais, mas consiste no amor vivido na prática, pois é no amor que nos tornamos semelhantes a Deus. O amor não é só a essência de Deus, mas é também a essência do cristão. Jesus é o amor feito homem!

Mas aprendamos bem! Esse amor não é um mero humanitarismo social  ou um sentimentalismo passageiro, mas é o ato próprio de quem encontrou a imagem de Deus impressa no outro, no irmão. E, porque fomos amados, não nos resta senão também amar. 

Notai o que diz o apóstolo: o amor não pode ser substituído por nada e ninguém está dispensado dele. E mais, esse amor deve ser concreto, vivido no dia a dia: em nossa amabilidade com as pessoas, na paciência, fazendo bem, na nossa atitude de pedir perdão, na decisão de tornar-se uma presença alegre e de paz, na prática das obras de misericórdia, e tanto outros gestos através dos quais podemos espalham a presença de Deus, que é amor. 

Por isso, peçamos: Senhor, ensinai-me a amar, a amá-lo de todo o coração e de reconhecer o vosso rosto naqueles que eu encontro cotidianamente!

2. Senhor, aumenta a nossa fé!

O evangelho nos leva mais uma vez à sinagoga de Nazaré. Ao notar a falta de fé dos seus conterrâneos, Jesus lembra que os profetas Elias e Eliseu operaram milagres fora de Israel, porque talvez lá encontraram a fé que seu compatriotas não tinham. Ao ouvirem isso, as pessoas ficam enfurecidas e por isso querem matá-lo, mas Jesus continua firme o seu caminho (como o profeta Jeremias, na primeira leitura). 

Quantas vezes, assim como em Nazaré, querem eliminar Jesus, querem arrancá-lo da sociedade, dos lugares públicos, dos livros, das escolas, das nossas famílias! 

Talvez o problema dos nazarenos podem sido dois: por um lado a inveja que sentiam de Cristo (assim interpretam muitos Padres da Igreja); e, por outro lado, uma excessiva “familiaridade” que os impediu de reconhecer em Jesus alguém além de o “filho do carpinteiro”. Quantas pessoas conhecem Jesus assim: é mais um, com tantos outros, de palavras bonitas, e nada mais que isso…

Nós, irmãos, também corremos o risco de nos acostumarmos de mais com as coisas sagradas de tal forma que elas vão se tornando banais. Isso acontece quando ouvimos um texto das Sagradas Escrituras e automaticamente pensamos: “já ouvi essa história… já sei como termina… não há nada de novo aí…”. E isso pode ser que se suceda com relação aos sacramentos, especialmente a Eucaristia, quando não somos capazes de nos admirarmos da graça que é alimentar-se do corpo de nosso próprio Deus.

Hoje devemos pedir a graça de sempre nos maravilharmos diante do Senhor. Devemos ser próximos de Jesus sim, mas tal familiaridade deve despertar sempre uma admiração comovida e não uma atitude de indiferença daquele que se acostumou e não se encanta mais. E para isso precisamos da fé, que nos faça reconhecer que Ele é o Senhor de nossas vidas, o único salvador dos homens, o verdadeiro Filho de Deus.

Por isso, peçamos: Senhor, aumentai em mim a fé, que ela seja alimentada pelas Sagradas Escrituras e pela doutrina católica, de tal forma que meu coração nunca se canse de admirar-se de vossa presença!

Maria, mãe do Divino Amor, rogai por nós!

(Pe. Anderson Santana Cunha)


Texto para meditação

Gostaria que notassem uma coisa: por que Jesus quis que isso acontecesse logo no início do seu ministério? Porque Jesus não veio para procurar o sucesso entre homens ou um grande grupo de admiradores, Ele veio para “dar testemunho da verdade” (Jo 18, 37). Jesus é o profeta do amor, mas o amor não se opõe à verdade! E nem sempre a verdade faz sucesso ou é acolhida.

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