Pastor Bonus

6º Domingo do Tempo Comum

No coração humano há uma grande sede de felicidade. E hoje nosso Divino Mestre nos ensina a como saciar essa sede, nos aponta para onde está a verdade alegria e, ao mesmo tempo, nos alerta onde ela não está. Eis pois as duas perguntas que convém responder, após ouvir os textos sagrados: 

1. Onde não está a alegria?

Nosso Senhor enumera quatro alegrias passageiras (ou falsas seguranças), que podem nos dar uma sensação ilusória de proteção e que com facilidade podemos pensar que é a fonte da felicidade que nosso coração busca: a riqueza, os prazeres, as aparentes alegrias e a aprovação dos outros.

Embora a pessoa que tenha encontrado alguma dessas alegria temporais possa pensar que encontrou a verdadeira fonte da felicidade, na verdade perceberá que, cedo ou tarde, ela se evapora, e sobra um grande vazio e tristeza. Isso acontece porque o que o nosso coração deseja o mundo não nos pode dar! 

É por isso que Jeremias nos alerta para o perigo de depositar a confiar nas pessoas ou nas coisas materiais; é por isso que São Paulo nos lembra da nossa esperança na vida eterna, porque quem vive achando que a vida é só essa, diz o apóstolo, é digno de pena, de dó. Aquele que coloca sua confiança em si ou nas coisas ouve de Jesus essa profecia de tristeza e infelicidade: “ai de vós!”. 

2. Onde está a verdadeira felicidade?

Para responder essa pergunta o Senhor proclama para nós um dos mais belos sermões: o das bem-aventuranças. É nele que o Senhor nos mostra onde está a verdadeira alegria: na total confiança em Deus! A grande verdade que nos é ensinada nesta Santa Missa está resumida no refrão do salmo que acabamos de cantar: “é feliz quem a Deus se confia!” 

É o que nos ensina Jeremias, quando diz que maldito é quem confia nas forças humanas; é o que nos ensina São Paulo ao nos recordar a verdade da ressurreição de Jesus, que é a garantia da vida eterna; é o que disse Jesus: bem aventurado (ou seja, feliz) é quem deposita em Deus a sua esperança e não no dinheiro, na fartura, no prazer passageiro ou na opinião dos outros. Porque quando faltar qualquer uma dessas coisas não vai entrar em desespero, não vai desistir…

Talvez estejamos decepcionados, seja com alguém ou com as coisas que perdemos ou não alcançamos. Ficamos assim porque estávamos procurando a alegria no lugar errado, ou buscando em quem não nos poderia oferecer. Hoje descobrimos o “mapa do tesouro”, a rota para encontrar a felicidade, que o mundo não pode nos dar e que ninguém poderá nos roubar!

A Igreja, hoje, nos aponta para o Céu e nos mostra a alegria celeste como meta da nossa vida. É como se ela nos dissesse: olhem para os santos, contemplem São José, vejam a Virgem Maria, eis diante de vós a perfeita alegria! A história deles não foi fácil, sofreram nesta vida, foram pobres, choraram e foram perseguidos, mas hoje vivem a alegria eterna, que o nosso coração tanto deseja e que um dia, assim seja, também nos saciará para sempre!

A nossa alegria, a nossa esperança é a vida eterna! Aprendamos com São Felipe Neri, o santo da alegria, que repetia com frequência para si e para os outros: “eu prefiro o paraíso!”. 

Maria, mãe dos bem-aventurados, rogai por nós!

(Pe. Anderson Santana Cunha)

TEXTOS PARA MEDITAÇÃO

“As bem-aventuranças baseiam-se no fato de que existe uma justiça divina” (Bento XVI, Ângelus, 14 de fevereiro de 2010). 

“Nem todo aquele que é afligido pela pobreza é bem-aventurado, mas somente aquele que prefere o mandamento de Cristo às riquezas mundanas. Há muitos pobres de bens que são extremamente avarentos em seus afetos, e esses não são salvos por causa de sua pobreza, mas são condenados por causa de seus afetos. (…) Por conseguinte, é bem-aventurado o pobre que imita a Cristo, que suportou a pobreza pelo nosso bem” (São Basílio, in Catena Áurea, São Lucas, Cap. 6, Lectio V).

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