Pastor Bonus

8º Domingo do Tempo Comum (Ano C)

Numa sociedade que supervaloriza a imagem externa, as leituras que acabamos de ouvir nos convidam a cuidar de nossa interioridade e a nos esforçarmos por andar no caminho da coerência de vida.

Três imagens são usadas por Nosso Senhor para, através delas, nos ensinar:

1. O homem cego

Os guias cegos são aqueles que ensinavam a lei de Deus, mas que não a colocavam em prática. É assim, “guias cegos”, que Jesus chamou alguns fariseus e os mestres da lei (cf. Mt 23,16.19.24.26).

Desta forma, Nosso Senhor nos faz um convite: o de ser luz do mundo, iluminando e indicando o caminho de salvação. Ser guias que conhecem bem o caminho, porque antes foram iluminados por Cristo, a verdadeira luz e o único guia.

Num mundo envolvido em trevas os cristãos devem brilhar e iluminar o erro e a maldade, deve indicar e ensinar o caminho que aprendeu com Nosso Senhor.

2. A trave nos olhos

Ao nos alertar para o perigo de apontar o cisco enquanto se está com uma trave nos olhos, Cristo nos convida à prudência e à humildade, principalmente na hora de exercer a correção fraterna, para não cair no erro da presunção.

Com facilidade nos desculpamos por nossos defeitos, mas geralmente somos implacáveis nos juízos severos a respeito dos outros. Isso leva a uma série de consequências como a incoerência, o orgulho, a vaidade, e egoísmo, etc.

Por isso, essa imagem que apresenta Jesus também é um convite para começar a mudança por nós, retirando primeiro as nossas traves, ou seja, corrigindo primeiro em nós aquilo que geralmente cobramos tanto dos outros.

3. A árvore e os frutos

Observem que tanto na primeira leitura como no final do evangelho, há uma referência à fala, às palavras que saem de nossa boca. E para entender essa preocupação a chave de interpretação está no próprio Evangelho no qual Jesus diz que a boca fala do que o coração está cheio. Daí entendemos a primeira leitura que disse que é no falar que o homem se revela.

Tudo isso é para indicar-nos a importância de cuidar não apenas das coisas exteriores, mas de começar a cuidar de nossa vida interior, daquilo que se passa dentro de nós.

Quanta coisa podemos fazer para cuidar de nossa vida interior! E a primeira e mais importante delas é a oração. Quanto mais tempo passamos com o Senhor, mais parecidos com Ele ficamos!

Eis também um outro conselho prático que pode nos ajudar: purificar a nossa imaginação, livrando-se das más intenções, dos maus propósitos, dos maus pensamentos, de imagens que nos levam ao mal caminho, fugindo assim da hipocrisia e da falsidade. 

Que o Senhor nos nesses bons propósitos! É um longo caminho esse, de crescimento espiritual na vida cristã, e é por isso que São Paulo, na epístola que ouvimos, nos convida a ser firmes e continuar empenhados na obra do Senhor que está sendo realizada em nós. 

Maria, mãe da humildade, rogai por nós!

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