Pastor Bonus

9º Domingo do Tempo Comum (Ano B)

No dia consagrado a Deus, a comunidade dos que foram libertados se encontram com o ressuscitado. Falemos sobre a beleza do mandamento de santificar o domingo e também sobre o perigo de ofuscar essa beleza.

1. A beleza da santificação do Domingo

O repouso sabático – que depois da ressurreição de Jesus se observa no domingo – lembra o descanso do Criador no sétimo dia e também a libertação da escravidão do Egito (1ª Leitura). 

O “não trabalhar” no sábado era uma maneira de reconhecer que tudo vem Deus. Que o trabalho sem Ele é inútil. Ao mesmo tempo é um alerta de que o homem corre o risco de ser de novo escravizado, desta vez não pelo faraó, mas pelo seu próprio trabalho.

O domingo não é um dia morto, dia de não fazer nada. Isso não teria nenhum sentido (É o que os fariseus queriam fazer do sábado!). Domingo não é o dia do “braço atrofiado”, mas é a oportunidade em Deus cura o homem através dos Sacramentos e da sua Palavra.

No domingo os cristãos também vivem uma outra vez a ressurreição do Senhor. Todo domingo é Páscoa! Por isso mesmo, o domingo é uma “janela para a eternidade”, no qual se contempla e já se experimenta de certa forma a alegria do eterno repouso.

Eis a tarefa de hoje: recordar-se de consagrar um tempo só para Deus, particularmente no domingo.

2. O risco de tirar a beleza dos Mandamentos de Deus

O domingo, na perspectiva bíblica, não é só o dia de descansar e recuperar as forças, mas é o dia da vida, da dignidade do homem e das criaturas.

Vejam que bela essa norma dada por Deus: até mesmo os escravos e os animais nesse dia não devem trabalhar! (Isso muito antes das leis trabalhistas sobre o repouso semanal e as férias!).

O problema que é apresentado no evangelho é a diferença da interpretação que Jesus e os fariseus fazem do sábado. Atenção! Cristo deu grande importância ao sábado, tanto que ele ia na sinagoga e participava das festas religiosas nesse dia sagrado. Sua intenção não é relativizar um dos mandamentos.

Ele nos ensina com o episódio narrado no evangelho que no centro não está a regra, mas Deus! O cristão respeita as regras mas não faz delas ídolos. É um que sabe reconhecer o que é prioridade. E, em algumas ocasiões, sabe que deverá “quebrar os protocolos”. Foi por isso que Jesus lembrou os fariseus da vez em que Davi comeu o pão que não lhe era permitido. 

Na formação da pessoa as regras tem uma função importante. Ajudam a não ser escravo dos próprios impulsos e paixões. Isso quer dizer que as normas servem para ter acesso à verdadeira liberdade. Tomemos cuidado para que não tiremos, também nós, a beleza dos mandamentos

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