Pastor Bonus

6º Domingo do Tempo Comum

Continuamos, com os discípulos de outrora, aos pés do mestre, ouvindo o Sermão da Montanha. Graças à Igreja podemos hoje ouvir, assim como aqueles que estavam naquele dia com Nosso Senhor, os seus ensinamentos, as suas palavras de vida e de salvação. 

Jesus fala-nos hoje de forma muito clara. Pouca coisa precisa de explicação. Em síntese: faz os discípulos notarem que para ser cidadão do reino do Céu é necessário colocar em prática a lei do amor.

Não a falsa “lei do amor” como passa na TV e na internet, que na verdade é a lei da libertinagem que leva à tristeza e à angustia, mas a lei da entrega de si pelos outros, a lei da doação, a lei do sacrifício, a lei da Cruz.

Para nos explicar isso, Ele nos faz recordar das coisas básicas da vida de fé e dar um passo a mais em cada uma delas. Ele nos leva aos nosso encontros de catequese para reaprender o caminho da santidade. Meditemos:

1. Os 10 Mandamentos ainda estão valendo!

Jesus, antes de mais nada, começa por fazer a correção de uma possível ideia que possa ter surgido na cabeça dos discípulos dizendo: eu não vim abolir a Lei e os profetas. A expressão “a Lei e os profetas” é uma referência ao Antigo Testamento. Ele diz que na verdade veio dar “pleno cumprimento”.

Os 10 mandamentos da lei de Moisés não são coisas do passado, porém continuam servindo para nós hoje (Eles são a base do nosso exame de consciência). Através deles, Deus mostrou o caminho para a liberdade ao povo hebreu, um caminho que continua ainda hoje válido para nós (Eles recebem os Mandamentos quando já estão livres! Mandamentos são coisas para gente livre!).

São como os sinais de trânsito que orientam os motoristas para que tenham segurança e cheguem bem ao destino, assim são os mandamentos na nossa vida: dão instruções precisas para chegar “sãos e salvos” à nossa meta! 

2. A novidade: encher as coisas de amor!

Porém tem algo de novo que Jesus acrescenta às Tábuas da Lei. A novidade é que Jesus, ao recordar os Mandamentos – com a mesma autoridade de Deus (“eu porém vos digo”) – os plenifica de amor. Somente aquele que se abriu à ação do Espírito de Amor de Deus poderá viver o desafio que Nosso Senhor nos propõem!

Através desses ensinamentos ele sacraliza as coisas mais importantes: a vida, a verdade, o matrimônio. É o que Deus já havia ensinado nos Dez Mandamentos: não matarás, não levantarás falso testemunho, não cometerás adultério, porém agora tem um sentido novo:

– não vou matar meu irmão nem mesmo com minhas palavras;

– não vou pecar contra a dignidade do matrimônio nem mesmo com o meu olhar;

– não vou mentir de tal forma que não precise de juramentos e minhas palavras sejam claras e confiáveis.

Resumindo: não vou deixar que o mal comece pequeno porque depois que ele está grande fica quase impossível de controlá-lo. 

Somos chamados a não obedecer apenas por medo, mas porque entendemos o motivo de cada uma delas e o quanto nos fará se as vivermos com total liberdade e amor. É fazer as coisas não porque sou obrigado, mas porque sei do quanto aquilo é importante para a minha vida. 

Para cumprir os mandamentos não basta o esforço humano, é necessário o auxílio da graça de Deus. Devemos pedir sempre ao Senhor a ajuda do Céu para colocar em prática o caminho do amor. É impossível fazer tudo o que nos ensina Nosso Senhor contando apenas com nossas capacidades. Peçamos a Deus a graça de viver com fidelidade seus mandamentos que são vida e verdadeira liberdade.

Maria, mãe da fidelidade, rogai por nós!

(Pe. Anderson Santana Cunha)

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