É muito provável que hoje, pelos textos bíblicos que ouvimos, a vontade de Nosso Senhor seja reacender em nossos corações o amor pela nossa fé e pela Igreja. Por isso é conveniente lembrar-se que: (1) A Igreja foi fundada por Cristo, por isso a nossa fé não é invenção humana, mas veio do alto e quem professa essa fé é feliz. Por fim, em meio às tempestades de nossos dias é importante recordar-se: (2) nunca a Igreja será derrotada!
1. A nossa fé não é invenção humana
a. Quem é Jesus?
Parece que Nosso Senhor não se interessa tanto com o que os outros pensavam sobre Ele, tanto que nem falou nada sobre isso. Para Ele o mais importante era saber o que os discípulos pensava: – e vocês, meus amigos, o que pensam de mim? E esta mesma pergunta é feita a nós hoje. O que nós pensamos de Jesus?
E a resposta de Pedro é surpreendente: ele não só reconhece que Jesus é o Messias, mas diz com clareza que Ele é Filho de Deus. Jesus não é qualquer um! Não é mais um iluminado, não é mais um milagreiro, não é mais um que fala bem, não é mais um ativista social ou líder sindical. É Deus e Homem!
Como ouvimos hoje de S. Paulo: “Tudo é Dele, por Ele, e para Ele” (Rm 11,36)! É a solene profissão de fé que nós, com a Igreja, continuamos a repetir, como faremos logo mais na oração do Símbolo dos Apóstolos (o Credo). Sim, Ele é “Deus de Deus, Luz da Luz, Deus verdadeiro de Deus verdeiro!”.
b. Nossa fé é revelação do alto!
O que inspirou Pedro a uma resposta tão feliz não foi a carne nem o sangue, ou seja, suas palavras não são frutos de sua inteligência nem mesmo de raciocínios humanos. Ele foi inspirado por Deus!
E aqui convém explicar a origem de nossa fé. De onde vem aquilo que aprendemos na fé católica? Vem de Deus! Trata-se da Revelação Divina, ou seja, o que Jesus nos contou, o que Ele nos ensinou para nossa salvação.
E esse conteúdo dos ensinos de Jesus não se perderam no tempo. Chegou até nós através da Bíblia e da Tradição que são custodiados pelo Magistério da Igreja para serem corretamente interpretados. E assim a Igreja nos transmite a fé, do jeito que Jesus fez!
A fé católica não é um invenção humana, não é o consenso do que a maioria pensa, não é uma filosofia abstrata e incompreensível, mas é uma revelação divina. É do alto que recebemos a nossa fé!
E ouvindo este Evangelho podemos dizer com toda certa: quem professa fé em Cristo é feliz! Foi isso que disse Jesus a Pedro: Feliz és tu! Felizes somos nós, filhos da Mãe Católica, porque o que aprendemos da Igreja não nos foi contado pela carne e pelo sangue, mas aprendemos de Deus, Aquele que revela as coisas aos pequenos e simples (Cf. Mt 11,20).
2. A Igreja nunca será derrotada
a. A origem da Igreja é divina
Hoje está na moda dizer “Cristo sim, Igreja não”. Isso é impossível, porque quem crê em Cristo, crê na sua Igreja. Cristo quis sim a Igreja Católica, e ela é sua única Esposa! Quem rejeita a Igreja também rejeita Cristo!
Ele quer a Igreja porque é através dela que Deus faz chegar aos homens e mulheres de todos os tempos e lugares os frutos da redenção através dos sacramentos. É pela Igreja que Deus continuam amando a humanidade!
b. Rezar pelo Papa
A primeira maneira de amar a Igreja é rezar pelo Papa, vigário de Cristo na terra. É nosso dever de sempre apoiar o Santo Padre diariamente com as nossas orações. Porque “Onde está Pedro, ali está a Igreja, e ali também encontramos a Deus” (S. Ambrósio, Comentário ao Salmo XII, 40, 30).
Os Santos amaram a Igreja e o Papa. Como não se lembrar do bispo Beato Dom Eugênio Bossilkov que foi fuzilado na Bulgária, junto com três sacerdotes, após longa tortura, pelos comunistas, porque se recusaram a renegar Cristo, a Igreja e o Papa?
Quanta segurança devem sentir os católicos em saber que a sua fé se fundamenta sobre a rocha que é Cristo! Como somos felizes em saber que esta é a Igreja de Nosso Senhor, que no Evangelho Ele chama de “minha Igreja!”
Muitos se levantarão contra a Igreja, como tantos ao longo da marcha da história. Mas o que sobraram deles? E a Igreja permaneceu em pé! E assim a Igreja atravessa os séculos, suportando as ondas fortes, mas confiante, porque seu fundador está com ela sempre, até o final.
Nunca a Igreja será derrotada, pois é Cristo que guia a barca de Pedro para a vida eterna, o porto seguro que é o Céu, quando o Senhor enfim “completará em nós a obra começada!” (Sl 137, 8).
Maria, Mãe da Igreja, rogai por nós!
(Pe. Anderson Santana Cunha)
Textos para Meditação
Texto 01
“É como se o Senhor lhe dissesse – escreve São Leão Magno -, ‘Eu sou a pedra inquebrantável, Eu sou a pedra angular (…), o fundamento fora do qual ninguém pode edificar; mas tu também és pedra, porque por minha virtude adquiriste tal firmeza, que terás juntamente comigo, por participação, os poderes que Eu tenho em propriedade” (São Leão Magno, Homilia 4).
Texto 02
“Este sagrado Concílio, seguindo os passos do Concílio Vaticano I, com ele ensina e declara que Jesus Cristo, pastor eterno, edificou a Igreja tendo enviado os Apóstolos como Ele fora enviado pelo Pai (cfr. Jo. 20,21); e quis que os sucessores deles, os Bispos, fossem pastores na Sua Igreja até ao fim dos tempos. Mas, para que o mesmo episcopado fosse uno e indiviso, colocou o bem-aventurado Pedro à frente dos outros Apóstolos e nele instituiu o princípio e fundamento perpétuo e visível da unidade de fé e comunhão” (Lumen Gentium, n. 18).
Texto 03
“Ama, venera, reza, mortifica-te – cada dia com mais carinho – pelo Romano Pontífice, pedra basilar da Igreja, que prolonga entre todos os homens, ao longo dos séculos e até o fim dos tempos, aquele trabalho de santificação e governo que Jesus confiou à Pedro” (S. Josemaría Escrivá, Forja, n. 134).
Texto 04
“E segue a magnífica metáfora: E sobre esta pedra edificarei a minha Igreja. Jesus é o divino arquiteto que fundará um reino vastíssimo e santíssimo que propõem baixa a metáfora do edifício: é a Igreja, sociedade espiritual formada de homens, que o Filho de Deus adquirirá com seu próprio sangue (At 20, 28), e que por isto será absolutamente sua; pertencerá a ela os que crêem nele, professando suas doutrinas divinas. Todo edifício, para ter unidade e estabilidade, deve apoiar-se sobre firmes cimentos; sem eles o edifício desmorona. Assim sucede em toda sociedade que não se apoia sobre o fundamento da autoridade, que é a forma e a força da sociedade. Por ele, Pedro, rocha ou pedra em que se apoiará a futura Igreja, terá sobre toda ela a autoridade que se requer para sua unidade e estabilidade. Pelo mesmo, terá Pedro sobre toda a Igreja de Jesus o primado não só de honra e preeminência, mas de verdadeira jurisdição e autoridade“. (GOMÁ Y TOMÁS, Cardeal Isidro. El evangelio explicado, Vol III, Ed. Rafael Casulleras, Barcelona, 1949, p. 41)