Já se ouviu que: “para quem crê nenhuma prova é necessária, e para quem não crê nenhuma prova convence”. Se é verdadeira tal sentença, esse artigo seria desnecessário para aqueles que acreditam e, por outro lado, seria inútil para os que não tem fé. Mas em todo caso, é inadiável tocar neste assunto, a fim de não ser omisso em um tema tão relevante. Abordaremos, pois, sobre as provas da existência de Deus.
Um princípio no qual todos devemos estar de acordo, logo no início, é que Deus excede em muito a nossa limitada razão. Mas se Ele mesmo se deixa ser notado não é por acaso. É nesse sentido que se pode dizer: o homem é capaz de Deus. Isto é, podemos chegar à conclusão de que Deus existe, por uma permissão Dele, que se deixa conhecer. O Desconhecido deixa-se ser apercebido.
São vários as modalidades de explicações usadas para sustentar a tese de que Deus existe. É evidente, diga-se de imediato, que não se tratam de provas experimentais, como aquelas feitas em laboratório – embora há quem passou a crer que Deus existe observando a organicidade da vida microscópica. Mas de provas de caráter filosófico.
Tanto é verdade que os que estabeleceram pela primeira vez tais provas foram os pais da filosofia; destaque especial merece Aristóteles. E é a partir daqueles argumentos que São Tomás de Aquino encontrou um bom alicerce para edificar as suas “cinco vias”. As provas do Aquinate merecem um artigo exclusivo.
Percorrendo um caminho acessível a todos, falemos aqui de um desses argumentos. Aquele que o apóstolo dos pagãos, S. Paulo, disse ser acessível a todos: a obra da criação. Quem nunca, ao contemplar uma obra de arte, seja ela qual for, não se recorda de perguntar sobre o seu criador? Da mesma forma, quando diante um cenário de beleza natural ou mesmo da maravilhosa organicidade da vida – micro ou macroscópica – não deveríamos também nos perguntar sobre o seu divino autor?
Assim como é certo que todas as coisas bem feitas apresentadas aos nossos olhos escondem atrás de si um ser inteligente que teve o trabalho de fazê-las – como um computador, por exemplo, que não surge simplesmente com o aglutinar de peças. Da mesma forma é com o mundo, obra muito mais lógica e complexa. Por simples raciocínio deduzimos que deve haver uma inteligência por trás da criação.
É impossível, prezado leitor, considerar que tudo que existe seja fruto do acaso. Afinal de contas, nunca se noticiou que um baralho lançado ao céus caiu formando uma torre de cartas. Isso confirma pelo fato que na natureza as coisas se explicam – existe por trás de tudo uma lógica. O mundo não é caótico e uma simples observação nos faz notar o contrário: é orgânico e extremamente lógico.
Se não fomos convincentes o suficiente para os que não crêem, temos certeza que essas considerações ajudam aqueles que já acreditam a conhecerem a solidez racional que possuem os argumentos que postulam a existência divina. Isso nos ajuda a ir além de critérios meramente subjetivistas pelos quais se tenta depreciar a religião, principalmente após o iluminismo. Este nosso argumento é bem claro: há premissas sólidas e muito bem elaboradas para esta prova.