Pastor Bonus

Comemoração de todos os fiéis defuntos

A Igreja celebra esta comemoração porque nos lembra que a vida não termina num túmulo. Celebrar a memória dos que partiram e rezar por eles nos ajuda a compreender o mistério da morte e ao mesmo tempo o mistério da vida que não tem fim!

Vamos meditar sobre esses três pontos a partir da pergunta: por que estamos aqui, na Missa de Finados?

Estamos aqui porque cremos na ressurreição!

Estamos aqui para rezar por aqueles que partiram!

Estamos aqui para nos lembrar do destino último que Deus reserva a cada um!

1. Porque temos esperança da ressurreição

A fé na ressurreição não é uma ideia vaga. É uma promessa real, verdadeira. Cristo venceu a morte e por isso a morte deixa de ser última palvra e torna-se passagem. A fé cristã dá sentido onde reina o desespero. Ela transforma a tristeza em esperança.

Saber disso nos consola em relação aos que morreram e, ao mesmo tempo, nos faz pensar na realidade que nos espera. A fé aponta não para um sepulcro vazio e sem vida, mas aponta para o reencontro em Cristo com os que já partiram desta vida.

E mais ainda, cremos que quando o Senhor voltar, o nosso corpo será restaurado. É por isso que sepultamos os mortos. Saber disso nos faz pensar na dignidade e no respeito que se deve para com o corpo.

2. Porque é importante rezar pelos falecidos

No credo dizemos: “creio na comunhão dos santos“. Estamos aqui porque cremos nessa verdade. É certo que os santos intercedem por nós, mas “santos” aqui não são só os canonizados, mas todos os batizados, os vivos e os mortos que estão salvos. E entre os salvos estão aqueles que aguardam para entrar no céu e estão agora no purgatório.

O que é o purgatório? É a misericórdia de Deus na sua expressão mais bela e profunda. É caminho de purificação para alcançar a plenitude da santidade. As missas e as orações que fazemos pelos defundos os ajudam nesse processo. Elas não são meras palavras vazias; são auxílio real e necessário.

A comunhão entre vivos e mortos existe (o que não existe é a comunicação). E ela se manifesta sobretudo na oração, particularmente quando se pede nas intenções de Missas. É porque cremos na comunhão na família católica que oferecemos missas pelos que partiram.

Orar por quem faleceu é um gesto de caridade, de amor. Porque não nos esforçar para conseguir indulgências para aqueles que faleceram? Porque não praticar esse ato de carinho e de respeito para aqueles que queremos tanto bem?

3. Para lembrar que um dia vamos morrer (e também ressuscitar)

Lembrar a própria finitude não é macabro. É chamado à conversão. Saber que a vida é limitada nos impulsiona a revisar o caminho e a levar mais a sério (e com leveza) a vida. Preparar-se para a morte cristã significa viver com compromisso a vida como dever ser vivida, como foi ensinado por Jesus.

Quanta coisa ainda temos que fazer antes do nosso encontro com Deus? Perdoar, pedir perdão, converter, deixar os vícios (sejam eles quais forem), e tanto mais… E porque ficar adiando tudo isso? Não sabemos quando o Senhor voltará!

É importante, aproveitando esse tema, lembrar-se de dois assuntos importantes do catecismo a esse respeito. Quando acontece a morte, logo em seguida vem o juízo particular: cada pessoa se encontrará com Deus e prestará contas da sua vida diante do Senhor. E haverá, no fim dos tempos, o juízo final, que revelará a justiça e a misericórdia divinas diante de tudo e de todos.

Isso não é para nos colocar medo! É para viver na esperança com responsabilidade! É viver não vendo a hora de encontrar aquele que amamos, Cristo Jesus!

Conclusão

Irmãos, peçamos a intercessão materna de Maria, mãe da Igreja, dos vivos e dos mortos. Que ela acolha nossas súplicas pelos que partiram. Confiemos também na assistência dos santos, que formam conosco a grande família de Deus.

Rezemos para que Deus nos conceda a graça da boa morte: perseverança final, arrependimento sincero e a certeza do seu amor. Que a Eucaristia nos una sempre mais aos nossos irmãos e irmãs que dormem em Cristo. Amém.

Maria, mãe dos batizados, rogai por nós!

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