“Ele desceu do Céu”. São com estas palavras que o Credo, o resumo das verdades da fé, se refere ao especialíssimo momento da encarnação, ou seja, do nascimento de Deus em carne humana. Talvez até já nos acostumamos com esse fato, por ter ouvido falar dessa verdade várias vezes, mas se trata de um evento inimaginável! Onde já se ouviu falar algo semelhante? Em nenhuma outra cultura, em nenhum outro canto da terra, se disse alguma coisa parecida.
Falemos então, neste artigo, sobre a encarnação de Deus. Antes de continuar é importante dizer que Jesus Cristo é Deus e homem, ao mesmo tempo. Não é uma espécie de semideus, como na mitologia grega, meio humano e meio divino. Não. Jesus é totalmente Deus e também é totalmente homem. Ele, que é a segunda Pessoa da Santíssima Trindade, já existia desde o princípio. Ele foi gerado (não criado!) pelo Pai, por isso é chamado de Filho. Enquanto homem nasceu de uma mulher, há 2020 anos no Oriente Médio.
Deus havia prometido a vinda do Messias desde o começo da história humana, logo no início, após a queda dos nossos pais no paraíso. E essa promessa foi renovada várias vezes, passando pelos patriarcas e pelos profetas. Na renovação dessa promessa Deus sempre dava pistas bem concretas para que pudéssemos reconhecê-lo quando chegasse: a família à qual pertenceria, a cidade onde iria nascer, os milagres que ele faria, bem como alguns detalhes sobre a sua morte e sobre a sua ressurreição. Além disso, há indicações bem evidentes sobre o reino do qual seria chefe: um reino espiritual, universal e perpétuo.
Ainda no Antigo Testamento encontramos alguns figuras, algumas pessoas, coisas ou acontecimentos que anunciavam o Messias. O Redentor estava prefigurado na justo Abel, que é morto por inveja pelo seu irmão; no sacerdote Melquisedec, que oferece um sacrifício de pão e vinho e cuja origem é desconhecida; no sacrifício do filho de Abraão, Isaac, que com um lenho às costas sobe o monte para ser oferecido em oblação. Mas são tantos outros episódios que podemos ver essa imagem: na venda de José pelos irmãos, em Jonas dentro da baleia, no cordeiro pascal imolado, na serpente de bronze levantada na haste.
E Deus cumpriu o que prometeu! Ele se encarnou no ventre de uma Virgem e nasceu na cidade de Belém, na Judeia. Deus se fez uma criança. Ele recebeu o nome de Jesus que significa “Salvador”. Esse nome, que em aramaico se diz “Yeshua”, foi ditado pelo anjo à Virgem Maria. Nós também o chamamos de Jesus Cristo; mas atenção, “Cristo” não é um sobrenome, é uma característica da sua missão: significa “o ungido”, “o consagrado”.
Mas como posso saber que esse Jesus de Nazaré é de fato aquele havia sido prometido por Deus? Os dois argumentos principais são: Nele se cumpre tudo o que os profetas haviam dito sobre o Messias; e, o outro argumento é que todas as figuras do Antigo Testamento se cumprem perfeitamente nos episódios da vida de Jesus, como também nas suas palavras e nos seus gestos. E além disso o seu Reino, a Igreja, é prova incontestável de uma obra divina.
E como ter certeza de que Ele é verdadeiramente Deus? A resposta poderia começar com um importante episódio da vida de Jesus, o seu batismo. Naquela ocasião disse o Pai: “Este é O meu Filho!”. Além disso, os milagres e as palavras de Jesus não deixam dúvidas a respeito de sua origem divina. Quando curava os doentes, multiplicava os pães, andava sobre as águas, ressuscitava os mortos, Jesus provava a todos a sua divindade. E o maior dos milagres, que provam que Jesus é Deus, é a sua própria ressurreição! Quem, a não ser Deus, poderia fazer algo assim?